Educar dá trabalho, sim: Três perguntas que ajudam mais do que qualquer técnica viral
Antes de aplicar qualquer “dica milagrosa” na educação dos seus filhos, experimente essas três perguntas. Elas são simples e aplicáveis no dia a dia e vão te ajudar a agir com mais consciência e menos reatividade.
Por Vanessa Garcia
5/31/20253 min read


Educar dá trabalho, sim: Três perguntas que ajudam mais do que qualquer técnica viral
Vivemos na era das fórmulas rápidas e soluções embaladas para consumo imediato. É compreensível: a maternidade é intensa, e toda ajuda parece bem-vinda. Mas entre um vídeo de 30 segundos e uma lista de “truques infalíveis”, está a realidade: onde moram os conflitos familiares e as decisões diárias, educar é um processo — não existe um atalho.
Este texto é um convite para olhar com mais profundidade, sem perder a praticidade. Sem receitas prontas. Sem culpa. Mas também sem ilusão.
1. A verdade que ninguém gosta de ouvir: educar dá trabalho, sim.
Porque é algo que tem valor.
E não estou falando de se anular, viver exausta ou se cobrar perfeição.
Estou falando de comprometimento com o processo.
✔️Dedicação
✔️Tempo
✔️Envolvimento
✔️Afeto
✔️E, acima de tudo, autorresponsabilidade — o reconhecimento de que educar começa dentro da gente, com o adulto.
2. O que funciona, de verdade: Processo, Repetição, Exemplo.
✅Processo: cada fase da infância traz desafios diferentes. Ter paciência com isso é parte do caminho.
✅Repetição: crianças aprendem pela repetição. Você não está “falhando” porque precisou falar de novo. Está educando.
✅ Exemplo: mais do que o que você diz, o que realmente educa é o que você demonstra, dia após dia.
✨Em resumo:
✔ Vitamina R: Repetição.
✔ Coerência entre o que se diz e o que se faz
✔ Clareza de papéis (pais são guias, não juízes nem servos)
✔ Exemplo (muito mais do que discurso) - entender o impacto de suas escolhas, sua comunicação e sua forma de agir
🚫O que não funciona:
✘ Gritar esperando que seu filho aprenda a conversar
✘ Ceder só para evitar o choro ou o conflito
✘ Ceder por cansaço
✘ Querer resolver tudo na hora da crise
✘ Negociar tudo o tempo todo
✘ Esperar resultados imediatos
3. Fórmulas prontas cansam mais do que ajudam — e aqui está o motivo
Promessas como “faça isso e pare as birras em 2 minutos” soam tentadoras, mas criam duas armadilhas:
Ilusão de controle imediato: A criança aprende por repetição, exemplo e vínculo — não por táticas de manipulação emocional.
Frustração e culpa: Quando a técnica não funciona, o peso recai sobre quem aplica, reforçando a sensação de inadequação.
⚠️Importante lembrar: não existe atalho quando se trata de educar. O que existe é processo, tentativa, erro, ajuste e constância.
4. O que ensina de verdade? Seu exemplo. 🔍
Educar exige esforço. Mas também exige consciência.
Não estamos falando de fazer tudo sozinha.
Seu filho precisa de você como referência, não como heroína.
Ele vai crescer observando como você reage, como lida com limites, com frustrações, com o próprio cansaço.
É aí que entra a verdadeira educação: no exemplo vivo.
📌5. Três perguntas que ajudam mais do que qualquer técnica viral:
a) “O que essa situação está me pedindo como adulta responsável?”
Antes de reagir no automático, pare e se pergunte: preciso acalmar, orientar ou simplesmente estar presente? Estou sendo clara e coerente?
A sua postura muda tudo.
E você está aqui para guiar — não para vencer uma disputa.
b) “Isso vai fazer sentido daqui a cinco anos?”
Essa pergunta ajuda a tirar o peso do agora e trazer perspectiva.
Perspectiva não invalida o limite, mas ajuda a escolher onde e como investir energia.
Nem tudo precisa ser resolvido no calor do momento.
Vale a pena gastar energia com esse detalhe? Ou é mais sábio guardar sua força para o que realmente importa?
c) “Estou ensinando ou apenas tentando controlar?”
Às vezes, na pressa de resolver, a gente parte para o grito, a ameaça ou a barganha.
E o foco sai da educação e entra no desespero.
Educar não é sobre vencer a situação — é sobre formar alguém para viver em sociedade.
🎯Fechamento
Educar não precisa ser um fardo, mas também não será leve todos os dias.
Assumir esse trabalho com seriedade é o que cria famílias mais conscientes, vínculos mais fortes e adultos mais preparados.
Se for para acreditar em algo, que seja no poder da constância, da presença e do vínculo. Isso transforma.
Não é mágica. É dedicação.
E vale muito a pena. ⭐
Com carinho,
Vanessa Garcia.
@institutoparental
contato@nessagarcia.com
www.nessagarcia.com
Sobre a autora:
Vanessa Garcia é Educadora Parental | Advogada | Pós-graduada em Educação Parental e Inteligência Emocional | Pós-graduada em Psicologia Jurídica.
Nascida e criada no Rio de Janeiro, Brasil, atualmente vive em Montreal, Canadá, com seu marido e filha.
Apaixonada pela subjetividade e complexidade do ser humano, pelo universo da maternidade e pelas histórias únicas que cada família traz, Vanessa dedica sua carreira a ajudar pais e mães a transformarem suas relações com amor e respeito.

